sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DEUS, OBRIGADO!


Enquanto escrevo, ele dorme.

Já se passaram quase 3 meses e muitas coisas mudaram desde então. 
No 1o mês, muito aprendizado, noites mal dormidas e perguntas sem respostas. Sentimentos confusos. Amor e impotência. Medo e deslumbramento. Não, não sabia identificar o choro do meu filho e me sentia péssima por isso. As pessoas me perguntavam se eu conseguia distinguir e me sentia uma mãe incompetente. Como saber se ele chorava por estar com fome, frio ou cólica se, há uns dias atrás, ele nem estava ali? Há uns dias atrás não sabia como conseguiria dar banho naquela pessoinha tão pequena e tão frágil. Há uns dias atrás, não sabia como resistiria a primeira febre. Há uns dias atrás eu era apenas uma mãe de ultrasom (com muito orgulho!), gente, com um filhote em formação... 
Mas o primeiro mês transcorreu super tranquilo, no que dependia do meu filho. Nada de problema com umbigo, cólicas ou choros intermitentes. Só o pacote básico - e já exaustivo - para uma mãe de primeira viagem, fora do seu ninho! Foi um mês punk, mas que passou rápido. Muito rápido, eu percebo hoje. Um mês de várias trocas de mensagens com mãe, irmãs e amigos, para saber o que fazer quando eu não sabia qual o próximo passo a dar. Foi um desafio gostoso...

A partir do segundo mês, as coisas já começam a ficar diferentes... Sim, já consegui saber qual era o choro de fome e porque ele chorava depois de comer, quando não conseguia que seu estômago processasse o alimento a tempo e a hora. "Não, doutora, não é cólica. Acho que ele está com gases". Normal para um pequeno esfomeado, que mama e quer dar conta do mundo que o cerca ao mesmo tempo. Sim, já cheguei dando palpites. Certeiros, diga-se de passagem. E o pai faz ginástica e a mãe faz massagem na barriga e o filho já começa a sorrir discretamente, mas cheio de encanto. Sim, pessoas. O primeiro sorriso a gente nunca esquece. Nem todos os outros que vem a seguir. O filhote não é mais um recém-nascido, e as vacinas do segundo mês foi como um ritual de transição. Sim, ele continuaria sem ir ao shopping, ao supermercado e ao banco. Mas eu já conseguia tirá-lo de casa sem cobrí-lo tal qual um árabe. Ele já estava mais protegido e, como plus, tive que lidar com a primeira febre do filho, pós-vacina. Segurei a onda como pude, com o coração em frangalhos cada vez que segurava o pequeno e ele estava quentinho. Mas sobrevivi.

No terceiro mês, é só maravilha. As noites continuam mal dormidas. O dilema agora era como sobreviver com o filho dormindo no quarto ao lado. "E se ele se sentir abandonado???". Foi difícil, mas a dó de vê-lo dormir com as perninhas encolhidas no moisés, falou mais alto Do que o meu "egoísmo" de querê-lo ao meu lado até quando dorme. Transferi meu filhote para o berço e fui com ele. Sim, pessoas. Algumas mudanças precisam acontecer em doses homeopáticas. E assim foi. Até que, numa bela noite, estando exausta, resolvi deixá-lo dormir no meu quarto para conseguir recuperar um pouco do sono. Eis que - na madrugada - vejo um pernilongo/muriçoca estacionado na coxa do meu gostoso. Foi o que bastou para levá-lo de volta ao berço, na segurança do seu cortinado. Na madrugada, ele foi, e eu fiquei. Sim, a partir daí, cada qual no seu quadrado, embora eu continue acordando a cada pum, choro ou gemido. Acreditem!

E agora, pessoal, já conheço o choro do meu filho. Já sei quando ele vai ficar agoniado e porquê. A última descoberta, é que ele "lancha" mais tranquilo sem a almofada de amamentação. Sim, ele quer a mãe com ombros fortes e bíceps definidos. E agora me sinto plena. Porque Deus foi tão bom, que além de me proporcionar um aprendizado sem dores ou traumas, me deu um anjinho alegre e sorridente, que amanhece com um sorriso irresistível, que ilumina os meus dias por inteiro...

Acabo de escrever, e ele ainda dorme, esperando que eu vá acordá-lo delicadamente.
E eu, morta de saudades, já vou correndo, ganhar aquele sorriso... "Tô indo, filho"!!!

3 comentários:

  1. Aí delicia!!! Doida pra conhecer esse anjinho... Beijos amiga, Maisa Silva.

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  2. Me vejo nas suas palavras... se aos três meses vc já é expert nas linguagens do lindo, imagina com 1 ano!!! Viva cada mês 'incansavelmente' pq eles mudam muito, e a gente que é besta só sente saudades! O Murilo hj aos 15 meses dorme lindo e sereno no seu berço em seu quarto, mas muitas vezes temos que regredir, uma febre, um dentinho nascendo... tudo pelo nosso pequeno. E o costume fica, ele hj dorme a noite toda, desmamado ha um mes (morro de saudades)super independente, e a mãe acorda a qq gemido #lesa... Parabéns pelo filhote, vc é uma mãe e tanto!

    Luiza

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  3. Belo texto Kiki! Linda foto! Bj
    Tatiana Costa

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