quarta-feira, 22 de julho de 2009

ERA UMA VEZ...

...Uma menina que sempre acreditou em contos de fada. Conhecia todos. Passou a vida debruçada em romances, esperando o dia em que encontraria o tão falado príncipe encantado. Ela acreditava nisso... em finais felizes, na tampa da panela, na metade da laranja, no chinelo velho para um pé cansado.
Mas o tempo foi passando e a menina já não era tão menina assim. E, no mundo adulto, as circunstâncias do dia-a-dia tentavam convencê-la de que esses tais contos só existiam na literatura e nas telas de cinema. Que não era legal fantasiar demais, sonhar demais, querer demais. As pessoas, constantemente, alertavam-na sobre isso. E, nessa história, a bruxa malvada vinha vestida de "assim você vai acabar sozinha". Ela queria que a menina não procurasse muito, se contentasse com o que aparecesse, esquecesse os tais príncipes e ficasse com os sapos na esperança de que, um dia, o "feitiço" se desfizesse e - plim! - o batráquio virasse um lindo homem. Como num passe de mágica... como consta na literatura. A tal história do sapo virar príncipe e tal...
Só que isso não deu certo com ela. Ela não gostava de sapos. Nem de brejos. Tudo muito frio, monótono, sem brilho. E resolveu abandonar esse ambiente... Tudo bem, a menina acreditava em contos de fada. Mas a menina também cresceu, tornou-se independente e tinha uma vida além dos seus sonhos românticos. Trabalho, corrida, pilates, academia e coisas do gênero. Ela foi à luta. Desistiu de procurar o príncipe. Parecia que ele estava ocupado demais tentando dar conta da Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida e, até, da Gata Borralheira. Ela abandonou a fila e foi curtir um pouco.
Eis que, numa bela manhã de sol - conversando com a fada madrinha longe dos brejos - ela conhece não o sapo, mas o PATO. Que ela sabia bem ser o rei da lagoa. Mas agora parecia também que ele estava causando na praia. A menina, que não é boba nem nada, percebeu que as bruxas desse conto vinham fantasiadas de insegurança, chateações, pseudo-competição e uma descrença generalizada. Muitas marrecas, cisnes, sereias e galinhas nessa lagoa. Lotação esgotada. Uma confusão generalizada no reino animal. Pelo menos, no núcleo aquático do reino animal. Assim, ela resolveu não colocar nem o pé nessa água. Afinal, Patos não viram príncipes nem depois de beijados...
Ledo engano. Foi aí que a história dela deu uma reviravolta e ela se deu conta de que, na vida real, o enredo pode ser outro. Hoje, no máximo, os sapos viram refeição. Os Patos, normalmente, também seguem esse destino. Mas não esse... a menina beijou o Pato num momento de "descuido". E conversou com o Pato. E foi conhecendo o Pato. E, depois do beijo, o Pato não se transformou em príncipe. Mas, também, ela não queria mais o príncipe. Ela queria esse Pato... A tampa da panela. A metade da laranja. Não o chinelo, mas a pantufa mais confortável para um pé cansado (ou para uma pata cansada, como queiram)...
FIM

2 comentários:

  1. E eles estão e vão ser felizes para sempre!!!
    Fã número 1... hehehehehe... bjooo

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  2. Coisa mais fofa do mundo o post!
    Do tipo olhinhos piscando em formato de coraçãozinho!

    Beijos sua PATA!

    (Paty)

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