"Sempre perdoei todos que me ofenderam, mas guardo a lista"
(Joesmiro).
Nem sempre podemos direcionar as nossas energias para o seu devido lugar. Nessas horas, uma corrida, um bom chocolate ou um livro interessante mudam o percurso daquele xingamento que já estava fazendo cócegas na nossa boca. Mas também, se a vontade for muito grande e o objeto merecedor, vá em frente, pra não correr o risco de engolir sapos que nem no seu brejo merecem estar!
Posso falar que me causa um pouco de repúdio o debate sobre pensão pós-divórcio quando não existe filho na relação. Ainda não entendi porque homem tem que pagar pensão para mulher. Não entendo. Entendo menos ainda quando o ex-casal é de jovens saudáveis, com condições iguais para o trabalho. Acredito que a gente deve receber o que merece receber.
Ah, porque o cara é rico e pode pagar uma pensão de 130 mil, ele tem que fazê-lo??? Ta, mesmo que seja preciso pagar, não dá para se sustentar com uma pensão com menos dígitos? Afinal, porque as pessoas recebem pensão??? Qual o objetivo? Como leiga na área, tenho a ligeira noção que serve para sustentar um dos lados da questão. SUSTENTAR. E qualquer ser humano normal vive bem – com muito menos – em qualquer lugar do mundo... Então, azar o dele porque ganha bem... É isso que me parece. E pensem comigo: quem vai querer trabalhar correndo o risco de perder essa gorda “mesada”? Nunca no Brasil. No Brasil, nunca. Se tudo fosse mais justo, o valor seria mais realista, inclusive para encorajar a pessoa a voltar ao mercado de trabalho. Mas no nosso país, parece que pregam que o melhor emprego é ser ex-mulher de homem rico... E me envergonho por isso.
Como mulher, isso me cheira a oportunismo. Se o rapaz tem dinheiro porque tem um dom especial, porque é competente no que faz ou porque teve sorte na vida, o mérito é dele. E isso não deve pesar contra só porque um casamento não deu certo. E não pensem vocês que estou defendendo os homens ou coisa do gênero. Estou apenas tentando ser coerente. E justa. Afinal, a gente lutou tanto para isso? Para brigar pelo dinheiro do outro, que não é nosso por direito? Porque não é fruto do nosso trabalho, da nossa energia, nem da nossa dedicação. Não um salário de 100 mil reais. Vamos dar a César o que é de César, ok?!
E tenho dito!
Pessoas queridas do meu Brasil brasileiro...
Minha vida está deliciosamente de pernas para o ar, numa miscelânea de coisas para organizar, administrar, decidir.
Folha de pagamento mistura-se à escolha de cerimonial, vestido e buffet. Programas de treinamento dividem o espaço na minha cognição com a definição do melhor e mais prático cronograma pós-casório. Minhas corridas noturnas funcionando como brainstorming com a amiga. Ser futura esposa, empregada, autônoma, estudante e aspirante a atleta – tudo junto e misturado – é uma odisséia para poucos, meus amigos. Disso, podem ter certeza.
Mas como adoro mudanças, recomeços, corridas e odisséias, tô felizona, ona, ona. Adoro tudo isso. Ter a cabeça trabalhando em tempo integral para organizar horários e fazer os minutos funcionarem como horas, por uma causa maravilhosa. E quem me conhece, sabe que já tenho prática em fazer mágicas com o mísero “tempo livre”. Melhor ainda, é ter as amigas comprando as idéias e fazendo sinapses criativas, as irmãs ajudando em tudo o que podem, a mãe – santa mãe! – que se vira nos 30 para resolver as pendências e assinar contratos! Ah, e como não bastasse tudo isso, ainda tem o rapaz-futuro-marido dizendo: “vai dar tudo certo, neném, vai dar tudo certo”. Ou ainda fazendo comparações estilo revista de dieta “um hambúrguer = 3 iogurtes light + 5 melancias”, “01 bolo = 30 pessoas no rodízio do cervantes”, para quebrar o gelo e me fazer rir, feliz por uma das escolhas mais acertadas que já fiz ao longo desses 31 anos.
Vamos à luta. Que quando acabar, está apenas começando. Se é que vocês me entendem...