quarta-feira, 30 de março de 2011

ATUAIS COMPANHEIROS DE RIO DE JANEIRO

"Embora o passado nos dê referência, é o futuro que nos dá direção."

(Do Livro Liderança e Motivação, da FGV)

terça-feira, 29 de março de 2011

QUEM SE IMPORTA SE A FICHA É SUJA??


No dia 23 de março, o ministro do STF posicionou-se em relação a Lei Ficha Limpa. Luiz Fux declarou que a dita lei só deve ter validade a partir de 2012...



Ainda não descobri como funciona o mundo da política. Queria saber, aprender, tornar-me uma pessoa politizada, intelectual, "por dentro do assunto". Mas confesso que, a cada dia que passa, essa matéria parece - para mim - como a matemática da 8a série... Incompreensível. Com vantagem para os números que - apesar das minhas deficiências pessoais - possuem uma lógica, uma objetividade, um caráter imutável. Não tem para onde correr. Ou é ou não é. Não dá para inventar que 3 + 3 é 7, só para deixar o seis de lado ou dar visibilidade ao sete. Não funciona assim. Não que desgoste das mudanças e da evolução. Muito pelo contrário. Por formação, sou levada a acreditar que tudo e todos sempre podem ser melhores. Mas não me atraem as artimanhas para levar vantagem. As mudanças e alterações para proteger fulano e cicrano que nem vergonha na cara tem, para merecer tanta proteção.


Aí vem a ficha limpa... Algo do tipo: você só é acusado se for pego em flagrante delito, com a mão na massa, confessar em alto e bom som para toda a nação, não tiver nenhuma razão (nenhumazinha) para ter pisado na bola, for mal, feio e 101% da população não tiver nada a declarar a seu favor. Nem que você é um bom pai, um vizinho silencioso, um chefe "generoso". Se nada disso acontecer e você for julgado em 453 instâncias e recorrer 454 vezes, você pode ser considerado - de fato e de direito - um "ficha suja". Ah, se o crime for muito grave, você ainda pode dizer que "era só caixa 2". Parece que esse argumento já pode funcionar no nosso país...

Não bastasse tudo isso, ainda tem gente que não quer que a lei vigore já, pra ontem. Quer protelar, pra ver se algo mais muda nesse mundo da política e os metralhas saem ilesos (mais uma vez!). Um mundo a parte. Algo como o fantástico mundo de Bob. É, porque no nosso país, se você não tiver a ficha limpa, dificilmente você consegue um emprego de qualquer coisa que seja. A única exceção e a mais contraditória do mundo, é o cargo de representante do povo. Pra essa função sim, as pessoas podem ter um passado que condene ou um presente mais sujo do que avenida em final de carnaval.

Inacreditável. É como subestimar a inteligência alheia, fazer piada da desgraça de grande parte da população, estampar - em letras garrafais - que pobre de nós, detentores de um poder, que pouco pode...

AGRADECER FAZ BEM


ORAÇÃO DE AÇÃO DE GRAÇAS


Deus de bondade, de vossas mãos recebemos graças sobre graças, mas nem sempre nos lembramos de ser agradecidos. Não que a vossa onipotência necessite de nossos agradecimentos, mas precisamos aprender que a melhor maneira de merecer é saber agradecer.

Dai-nos, senhor, o dom da gratidão. Estejamos sempre em ação de graças, porque vossa graça está continuamente em ação. Obrigado (a) pela graça da saúde, pela criatividade, pelo trabalho e pelo pão de cada dia. Obrigado (a) pela família, pelos amigos, pelas grandes e pequenas conquistas, pelos milagres silenciosos que recebemos de vós, sem nos darmos conta. Obrigado (a) por este ano, este mês, esse dia e por esse presente que estamos vivendo. Acreditamos no amanhã, mas ele é todo vosso, até que vossa bondade o coloque diante de nós. Obrigado (a) por tudo, Senhor! Amém!

segunda-feira, 28 de março de 2011

O MELHOR LUGAR DO MUNDO


" O melhor do abraço é o charme de fazer com que a eternidade caiba em segundos. A mágica de possibilitar que duas pessoas visitem o céu no mesmo instante"

(Ana Jácomo)

ATUAIS COMPANHEIROS DE RIO DE JANEIRO

"A EXCEÇÃO E A REGRA


Nós vos pedimos com insistência:

Nunca digam - Isso é natural.

Diante dos acontecimentos de cada dia.

Numa época que reina a confusão.

Em que corre o sangue,

Em que se ordena a desordem

Em que o arabitrário tem força de lei,

Em que a humanidade se desumaniza...

Não digam nunca: Isso é natural.

A fim de que nada passe por ser imutável.


Sob o familiar, descubram o insólito.

Sob o cotidiano, desvelem o inexplicável.

Que tudo que seja dito ser habitual

Cause inquietção.

Na regra, é preciso descobrir o abuso.

E sempre que o abuso for encontrado,

É preciso encontrar o remédio.

Vocês, aprendam a ver, em lugar de olhar bobamente..."



(Bertold Brecht)

CENSURA!!!!!!!!!!!

sábado, 26 de março de 2011

TEM HORAS, QUE PENSAR RÁPIDO É A MELHOR SOLUÇÃO

Quanto vale uma fuga? Abandonar o time antes do final do campeonato, deixar aquele projeto promissor de lado, jogar a toalha, pedir substituição no primeiro tempo da partida, sair da sala antes do final do filme, aproveitar o resgate para não ter que seguir em frente...
Quanto vale uma fuga: abrir mão do que sempre se quis, fechar a porta quando ainda tem gente dentro, sair à francesa para não ter que dar explicações, inventar uma desculpa qualquer, para não tirar a realidadade de ses escombros psíquicos.

Quanto vale tudo isso???


O ficar calado para não compormeter-se, o fugir do diálogo por medo dos argumentos alheios, o querer, maior que o não querer,mas vítima direta do não saber como...

Quem não arrisca, quem demora a decidir, que menospreza a urgência alheia, acaba contentando-se com o que demais óbvio há... ululante...

sexta-feira, 25 de março de 2011

LIÇÕES DA TICCIA


"Eu acho mesmo que a disposição que a pessoa tem de lutar pelo que lhe faz feliz determina quem ela é, simples assim. Lutar pela felicidade não é fácil. Muito antes pelo contrário. No mais das vezes, implicar tomar o caminho mais difícil, abandonar o conforto do seguro e certo e decidir enfrentar obstáculos, situações imprevisíveis, críticas ferozes, repressão. Implica fazer escolhas, se posicionar, defender suas opções, lastreá-las nos valores que acreditamos e podemos defender, inclusos aí o valor do próprio desejo, da busca do que se quer a despeito das convenções, necessidades ou exigências alheias. Implica ser capaz de saber o que se quer e ter forças para tentar. Implica, também, é claro, acreditar que se é capaz de conseguir, ou obviamente jamais se trocaria o que se tem pela certeza de um insucesso, ou pelo acachapante terror de que isso aconteça. Portanto, ser feliz depende de confiar em si mesmo, na sua capacidade, na sua força e na força do seu amor, do seu desejo, do seu querer. Parece óbvio, mas não é.


Portanto, que eu siga com a coragem de ser fiel a mim e ao que eu quero, que eu não perca nunca o discernimento do que me serve, do que é bom para mim, do que me sustenta e nutre, do que alimenta a minha alma, do que me faz bem, do que me ilumina e me eleva. Que eu jamais tenha medo de abdicar do conforto das certezas em nome do que eu acho que me fará feliz, ainda que eu saiba que esperam outra coisa de mim. Que eu jamais perca a fé em mim mesma, que a minha felicidade nunca tenha valor menor do que o contentamento alheio, nem que a responsabilidade, nem que o bom senso. Que eu não envelheça antes de estar velha, que eu não desista de viver o que quero, que eu jamais me arrependa de não ter tentado tudo, de todos os jeitos, inclusive os impensáveis, os inconsequentes, os reprováveis e pouco recomendados. Que eu não me desculpe com a vida, que eu não despiste os meus sonhos, que eu jamais deixe de ter a consciência da efemeridade de tudo e todos. Que eu nunca precise me afundar no que quer que seja para me sentir menos frustrada porque minhas lacunas essenciais já são grandes e difíceis o suficiente. Que eu jamais escolha não amar: nem por medo, nem por pena, nem por covardia, nem por absolutamente nada nem ninguém".

(Ticcia)

quinta-feira, 24 de março de 2011

FUNCIONA


"Nunca fui de matutar muito as coisas, planejar, ter disciplina pra fazer com que elas acontecessem. Sempre prestei atenção nos sinais e os segui (...). O que eu chamo de impulso talvez seja uma batida mais forte do coração que, de tão intensa, traz junto com ela um passo. Comigo é assim. Tudo o que eu faço de coração, faço inteiro. Costuma dar certo"
(Cristiana Guerra)

NOSTALGIA

domingo, 20 de março de 2011

AMOR MAIOR

Colo de mãe, não tem preço...

sexta-feira, 18 de março de 2011

NEM SEMPRE AS 6as PRECISAM SER 13


INGRATIDÃO...

Por mais que a gente trabalhe direitinho durante toda a semana se, em um único dia, o nosso desempenho não for 100%, com todos os louvores, todo o resto é esquecido e seremos deixada de lado na hora daquela promoção.

Já disse alguém, um dia... Ou não...

Cada um tem o que merece. Alguns, um pouco mais.
Nem sempre o mundo é justo!

PENSAMENTO DO DIA


Cuidado com o que fala.
Às vezes, as palavras podem ter um peso difícil de carregar.

ATUAIS COMPANHEIROS DE RJ


" O psicólogo não dirige, não educa, não decide, não executa decisões; ajuda a compreender os problemas que existem e ajuda a problematizar as situações".


José Bleger, em "Psico-Higiene e Psicologia Institucional"

quinta-feira, 17 de março de 2011

CASAR É BOM

Outro dia, ouvi o meu marido dizer que casar é bom. Que dentre tantos amigos que consideram que casar não é um bom negócio, ele se inclui na categoria dos poucos que consideram essa uma boa escolha. Sim, pessoas, vou ter que concordar com ele. Casar pelos motivos certos e com a pessoa certa, é muito bom!

É, acredito que exista a pessoa certa. Não o príncipe encantado que vai chegar no cavalo branco (ele também pode chegar num xavante, num F5, correndo pelas ruas, sei lá!). Mas aquela pessoa capaz de tornar os nossos dias melhores, apesar da rotina e do cansaço do dia-à-dia. Aquela pessoa que gosta de programas parecidos, que compartilha momentos simples e que torna o "voltar para casa" um dos momentos mais esperados.

Casar é bom. Muito bom. Ter com quem dividir o acordar e o adormecer. O café de fim de tarde, o treino no começo da noite, o almoço do fim de semana, as contas, as dúvidas e a resolução dos conflitos, a corridinha no domingo a tarde, o filminho preguiçoso depois do almoço, os perrengues do trabalho, a fila do supermercado, a cervejinha fora de hora, o carinho depois das missões cumpridas. E tantas, tantas outras coisas que nos tornam pessoas mais completas, mais felizes.

Sim, pessoas. Casaria de novo e várias vezes. Com o mesmo namorado-marido que escolhi pra mim. Não porque casar é o máximo, mas porque viver com quem se ama é um diferencial danado na nossa vida.

É ISSO


terça-feira, 15 de março de 2011

PERDER PARA GANHAR

A maior parte das perdas são ruins, isso é fato! Mesmo que algumas delas tenham algum propósito ou sigam a máxima de que os fins justificam os meios. Sim, perder é péssimo, no momento em que se perde! Pelo menos nesse momento, ou até que a gente perceba - lá na frente - que perder algo era o que de mais vantajoso poderia nos acontecer naquela ocasião. Porque, às vezes, a vida se encarrega de endireitar o nosso caminho, quando a gente não consegue ler nas entrelinhas, entender aquela mensagem subliminar ou aceitar o óbvio.

Sim, e essa resolução da vida pode vim fantasiada de perda. E a gente não entende porque a única coisa que nos mobiliza e - paradoxalmente - paralisa é aquele sentimento amargo de não ter o que estava ali, a até bem pouco tempo atrás. O emprego, o namorado, o amigo, o campeonato, a estabilidade aparente e, até, aquela promoção imperdível. Sim, a gente sofre, principalmente, porque quase sempre a perda vem de mãos dadas com uma falta.

Mas é assim. Aos poucos, a gente vai entendendo o verdadeiro motivo do caos, ou das nossas frustrações. A gente percebe que a vida tem razões às vezes desconhecidas, mas que elas - gerlamente - são as melhores. E a gente segue. A gente se adapta aquela falta e ela vai, aos poucos, perdendo o status de dor. É que as dores vão sendo curadas com o tempo, com outras coisas alcançadas, com as conquistas realizadas.

E a gente entende, lá na frente, em outro capítulo da nossa história, que a vida acabou acertando, mais uma vez. Que determinadas perdas foram providenciais para a nossa felicidade. Que certas faltas, nem eram tão justificáveis assim. Que as coisas duraram o tempo exato que deveriam durar. E a gente segue mais satisfeito, mais tranquilo, mais disposto a aprender a se renovar, quando a próxima perder vier e bagunçar com a nossa homeostase. E a gente segue, consciente de que - nem sempre - a gente vai ter tudo o que a gente quer. E em outros casos, é possível, até, que a gente"perca" o que já tem.
Mas é assim. E, no final das contas, a gente se alegra por a vida ter mantido no nosso mundo o que de fato importa. O que realmente nos é vital. O que é imprescindível para a nossa felicidade. E ainda mais. Junto com as perdas cotidianas - as miniperdas - ela trouxe ganhos ainda maiores, tornando o saldo bem positivo para nós.

sexta-feira, 11 de março de 2011

FELIZ

Ah, só para dizer que estou muito feliz. Demais!

SER FELIZ

Ser feliz é quase uma questão de escolha. Sei bem que essa frase soa um pouco clichê. Para mim também. Nunca havia parado para pensar sobre ela e acabei, muitas vezes, menosprezando a verdade escondida atrás de palavras tão batidas.
É preciso, sim, que a gente se permita ser feliz. Sei que, em muitos momentos, a coisa não é tão fácil assim. Vai um pouco além da nossa vontade consciente. Leiam bem: Consciente. Quantas vezes nos boicotamos, perturbamos o nosso bem-estar sem entender bem o porquê, e achamos que a gente nunca vai poder relaxar ao lado da senhora felicidade? Eu sou capaz de lembrar claramente de quantas vezes fiz isso...


Não que não vá fazer de novo. Sei lá. O nosso inconsciente carrega no seu baú, um punhado de razões que a gente desconhece. Material recalcado, medos inexplicáveis, razões quase impossíveis de serem imaginadas. E a gente, muitas vezes, acaba cedendo a pressão de comportamentos que simbolizam parte do que não foi devidamente organizado no nosso mundo psíquico. O problema, é que ele vem como um tsunami. Destrói tudo. A paz, o sossego, a agradável calmaria. E é aí que entra a vontade de verdade. Tal qual a força que temos que fazer, para resistir e não comer aquele chocolate, bem no auge da nossa TPM. Talvez, uma força um pouco maior. Talvez, uma disciplina gigantesca, para respirar fundo e não ceder à tentação de se comportar de um modo feio, mesquinho, quase insano, "sem ter nem porquê". A coerência para não agir, se a realidade não justifica - nem com muita imaginação - tal comportamento.


E com isso, deixar sossegada a nossa felicidade, cheia de razões para existir e para estar fazendo morada nos nossos dias. Porque, sim, ser feliz, muitas vezes, é uma questão de "deixar ser feliz". De permitir que o outro nos ame, que a gente se ame, que tenhamos o controle dos nossos dias, sem duvidar - em momento algum - que a gente, de fato, merece tudo isso!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Sem definição



"Há saudades que caminham comigo aconchegadas num lugar gostoso que a memória tem. Sei que estão lá, mesmo quando demoro um bocado de tempo para apreciar as histórias que me contam. São porta-jóias que guardam encantos que não morrem. Caixinhas de música que, ao serem abertas, derramam melodias que me fazem dançar com elas de novo. São saudades capazes de amenizar o frio de alguns instantes, com os seus braços de sol"
(Ana Jácomo)



NÓS DOIS

A gente parecia ter poucas coisas em comum, na vida prática. Nos encontramos em uma das poucas ocasiões de semelhança. Ele havia construído uma vida com valores e princípios iguais aos meus, mas a direção dos seus dias acontecia de forma diferente. Ele era dotado de uma ingenuidade quase inacreditável. Eu havia aprendido a ler nas entrelinhas, a acreditar num certo determinismo psíquico e a aceitar que nada na vida acontece desprovido de intenção. Não me tornei uma pessoa dura, muito pelo contrário. Mas já conseguia separar o joio do trigo com uma estatística de acertos digna de ser levada em consideração. E isso, hoje sei, não é lá um mérito muito grande.


Ele teve que se tornar uma pessoa do mundo, como forma de autopreservação. Foi o caminho que escolheu e - provavelmente - a forma mais saudável de manter o seu self equilibrado. Tornou-se, assim, uma pessoa querida pelas mais diversas razões. Muitas certas, outras tantas não tão honestas. Esteve sempre rodeado de poucos grandes amigos, irmãos que a vida lhe trouxe, milhares de colegas circunstanciais, pseudo-amigos conquistados em festas e baladas, sugadores de imagem... Essa última, para mim, a espécie mais digna de pena. Porque era bacana ser querido (a) por ele. Porque ele tinha muitos amigos. Porque tinha uma vida movimentada. Porque é lindo em todas as dimensões. Porque a sua condição profissional dá status de uma forma torta, para os pouco alimentados de si mesmo.

Eu me tornei uma pessoa mais introspectiva. Aprendi a analisar quase que reflexamente. Com amigos, de verdade, de um perfil determinado. De características diversificadas, é verdade. Mas seguindo a lógica de que as semelhanças unem as pessoas. Não que não tenha me deparado com colegas de balada, amigos circunstanciais ou sugadores de imagem. Sim, muitas vezes os encontrei pelo caminho. Mas nunca os rotulei de amigo por achar que era esse o papel deles na minha vida. Faltava-me ingenuidade. Ou talvez, a vida tenha me ensinado a definir quem é quem, no jogo do bicho. Acho que o meu conceito de intimidade era um pouco diferente... Porque poucas pessoas se apropriavam da minha vida. Porque sempre me resguardei de ser a grande notícia ou o centro das atenções. Dei um valor muito grande a preservação da minha imagem e nunca soube dizer, ao certo, se esse é o melhor caminho. Mas sempre fui muito crítica comigo mesma, para correr o risco de ser julgada por quem não me conhecia, de fato. Talvez essa, também tenha sido uma maneira de me defender. Também não sei, se a mais correta...


Mas a gente se encontrou, mesmo assim. Porque talvez, por ser diferente do que ele estava acostumado, eu fosse o que ele procurava, de verdade. Porque, talvez, eu tenha conseguido lhe direcionar sentimentos desprovidos de intenções tortas. Porque talvez, comigo, ele tenha conseguido entender um pouco mais de si mesmo, no que tem de mais íntimo. Quem sabe, porque eu tenha feito ele enxergar determinadas coisas com outros olhos. E ele tenha gostado do novo, que encontrou nele.

E a gente se encontrou assim... Porque, certamente, ele me direciona um sentimento nunca antes sentido. Porque ele me faz entrar em contato com dezenas de fraquezas minhas, fantasiadas de teorias e certezas. Porque a simplicidade com que ele vive os seus dias, torna-os incrivelmente leves. Porque eu o admiro por um monte de coisas que me angustiam, numa relação bem contraditória, mas motivadora de mudanças importantes, que talvez eu precise enfrentar. Porque ele me leva a questionar um monte de comportamentos. Talvez, porque ele seja o que nunca pensei para mim, mas o que mais me faz feliz. Porque ele me dá a segurança de um amor intenso. Porque eu o amo com o amor mais inédito e mais exclusivo do meu arsenal de sentimentos. E com ele, ando numa necessidade constante de limpar a chaminé, como numa sessão de psicoterapia perene. Como se isso fosse parte importante no meu processo de ser feliz de forma segura. Que às vezes dói. Às vezes angustia. Mas que sei ser imprescindível para que eu me deixe ser amada simplesmente pelo que sou. Sim, porque é assim que ele me ama. Descabelada, surtada, irritada, nos meus maiores momentos de imperfeição. E isso, para mim, talvez seja uma gostosa e assustadora novidade. Porque ele me leva a querer ser uma pessoa melhor...

E a gente se encontrou pelo mais simples motivo. Eu poderia dizer que foi porque nossos valores são iguais, nossos princípios são da mesma família. Porque a gente provocou um processo de amadurecimento mútuo. Porque a gente gosta da companhia do outro em qualquer programa e fazendo nada. Porque o outro é o nosso porto-seguro, nosso alicerce, nossa vida. Mas na verdade, considerando tudo isso, a gente se encontrou porque somos pessoas cheias de sorte e a vida deve gostar um tantão da gente. Porque amor assim, que só acontece uma vez na vida, não se explica. Não se define. Acontece, e pronto. E a gente tem que aproveitá-lo diariamente, da forma mais intensa e mais justa possível: amando, cuidado, merecendo e agradecendo.

terça-feira, 8 de março de 2011

SAUDADES DO MEU CARNAVAL



Eu vou sentir falta do Carnaval... Não dos sons altos, dos gritos, da bebedeira alheia, da alienação da massa. Vou sentir falta dos sons de descoberta, das vozes tão conhecidas e confortadoras, das tiradas fantásticas de quem começa a interagir de forma mais ativa, com a vida. Vou sentir falta dos risos e das gargalhadas. E, acreditem, até dos choros e das reclamações infantis.
Vou sentir falta do meu carnaval, dos dias na varanda, alheios. Das piadas fora de hora, dos aperreios propositais, da praia no início da manhã, cedinho, em pleno carnaval. Da sensação de estar em casa e do abandono das minhas fantasias, quando todas as outras pessoas estão caracterizadas de algum personagem. Sim, parece que estou sempre indo no caminho oposto ao do trio... Vou sentir saudade dos "bocos", pela excitação que causa na minha criançada. Pela possibilidade de unir todos, por alguns minutos, pra ver a banda passar. Da mesa cheia, florida e repleta de felicidade.
Da criançada dançando, das bolinhas de sabão, dos momentos largados em cima da cama, olhando o divertimento de quem sabe aproveitar a vida. Da cervejinha com os cunhados, do bate-papo com a família, da segurança que minhas irmãs e meus pais me proporcionam. Dos abraços tão esperados e tão desejados. Do "Kiki" mais safado e do desejo genuíno da companhia de"titia". Do caranguejo, dos bolos de aniversário, das festas infantis.
Sim, eu vou sentir falta do meu carnaval, que poderia ter acontecido em qualquer época do ano. No São João, na Semana Santa, no Natal, ou em um final de semana qualquer, desde que o meu bloco preferido estivesse na avenida, tirando dez em todos os quesitos essenciais à minha vida.

segunda-feira, 7 de março de 2011

AQUI DENTRO

'Não importa o quanto às vezes seja difícil, o quanto às vezes
eu me atrapalhe, o quanto às vezes eu seja a densa nuvem que
esconde o meu próprio sol, quantas vezes seja preciso recomeçar:
combinei comigo não desistir de mim'
(Ana Jácomo).

Palavras sobre Carnaval...

"PARA O CARNAVAL:

Todo ano é a mesma coisa: você chega, fica aqui três dias e aí vai embora. Volta um ano depois, todo animadinho, querendo me levar para a gandaia. Olha, honestamente, cansei.

Seus amigos, bando de mascarados, defendem você. Dizem que sempre foi assim, festeiro, brincalhão, mas que no fundo é supertradicional, de raízes cristãs, e só quer tornar as pessoas mais felizes.

Para mim? Carnaval, desengano... Você recorre à sua origem popular e incentiva essas fantasias nas pessoas, de que você é o máximo, é pura alegria, mas não passa de entrudo mal-intencionado, um folguedo, que nunca viu um dia de trabalho na vida.

Acha-se a coisa mais linda do mundo e é cafonice pura. Vive desfilando pelas ruas, junto com os bêbados, relembrando o passado. Chega a ser triste.

Carnaval, você tem um chefe gordo e bobalhão que se acha um rei, mas não manda em nada. Nunca teve um relacionamento duradouro. Basta chegar perto de você e temos que agüentar aquelas fotos de mulheres nuas, que são o seu grande orgulho.
Você não tem vergonha, não?

Sei que as pessoas adoram você, Carnaval, mas eu estou cansada dos seus excessos e dessa sua existência improdutiva. Seja menos repetitivo, proponha algo novo. Desde que o conheço, você gosta das mesmas músicas. Gosta de baile. Desculpa, mas estou pulando fora.

Será que essa sua alegria toda não é para esconder alguma profunda tristeza? Será que você canta para não chorar? Tentei, várias vezes, abordar essas questões, e você sempre mudou de assunto. Ora, chega dessa loucura. Reconheça que você se esconde atrás de uma dupla personalidade.

Cada vez mais e mais pessoas ficam incomodadas com essa sua falsa euforia, fique sabendo. Conheço várias que fogem, querendo distância das suas brincadeiras.
Você oprime todo mundo com esse seu deslumbramento excessivo diante das coisas, sabia?

Por exemplo, essa sua mania de camarote. Onde os vips podem suar sem que isso pareça nojento. Onde se pode falar torto sem que seja errado. Todos vestidos de uniforme, senão não entram. Todos doidos para passar a mão na bunda um do outro.
Essa é a sua idéia de curtir a vida?

Menos purpurina, Carnaval. Menos bundas, menos dentes para fora. A vida é linda, mas a “lindeza do lindo mais lindo que há no lindíssimo” é um saco. Um pouco de calma e autocrítica nunca fez mal a ninguém. Tudo muda no mundo – por que você insiste em continuar o mesmo?

A harmonia vem da evolução, não das alegorias. Chegou a hora de rodar a baiana para não atravessar na avenida.

Como será amanhã? Responda quem puder
" (Fernanda Young).