quinta-feira, 6 de outubro de 2011

PELO DIREITO DE DRAMATIZAR

Sim, às vezes temos direito aos nossos dramas particulares. Porque a gente se sente perdido, ou porque encontramos o que não queremos. Porque nos sentimos só ou porque estamos cansados das multidões. Ou, até, porque o enredo não é bem do nosso gênero favorito e ainda nos escalaram para protagonista.

A gente pode sofrer, mesmo que ninguém entenda o nosso sofrimento. A gente pode sofrer por um dia e no outro estar feliz. Não. Não somos bipolares ou volúveis, por isso. Apenas expressamos o nosso sentimento atual tal qual ele se apresenta. Talvez, apenas tenhamos um pouco menos de filtro ou de disposição para esperar passar, quietinha. Talvez gostemos do nosso drama, porque ele quase sempre vira comédia numa conversa posterior. E ninguém tem nada com isso. Cada um é como é, e só quem sabe o que passa dentro é quem mora lá. O resto é suposição, achismo ou pseudo-psicologia.

A gente tem, sim, direito a um dramalhão pessoal e intransferível. Que seja, inclusive, do tipo mexicano, novela do SBT. Faz parte da vida, da intensidade, dos que possuem lacunas para preencher. Nem todos os quadrinhos estarão completos. Isso, também, faz parte da vida. E se a gente achar que precisa vivenciar todas as dorezinhas, ok! O que a gente não pode é fazer do outro um muro de lamentações. O que não podemos é escolher as pessoas erradas para abrir a janela do nosso mundinho intenso. Normalmente, os mais indicados para compartilhar das nossas novelas, são aqueles portadores do mesmo chip. Os que tem o mesmo humor e a capacidade de fazer piada das "mini-tragédias" diárias. Porque aí, tudo fica mais leve. Porque esses sabem que nem tudo que é dito deve ser escrito. Que algumas reações são catárticas. E só. Sem nenhuma grande implicação futura, mas de grande valia no presente.

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