(Caio Fernando Abreu).
Li esse texto e pensei nas inúmeras vezes em que a gente tentou encaixar alguém numa fantasia nossa. Em quantas ocasiões aquela pessoa não era para ser personagem da nossa história, mas a gente insistiu, a gente lutou, a gente tentou mudar, fez que não viu "o rabinho saindo pela fantasia" apertada, porque ele não cabia ali. Porque a pessoa era quem era. Ponto. Mas a gente quis que fosse. Como se o nosso desejo maior fosse pelo enredo, não pelo personagem. Como se o que mais interessasse fosse o que fantasiamos como ideal, e não o que era, de fato, real. E quanto energia a gente não gastou com fantasia, castelos, dragões... Quem sabe, não foi nesse momento que o sapo-príncipe passou pela nossa janela... Enquanto estávamos ocupadas demais tentando "fazer dar certo" o que não era pra ser...
Nenhum comentário:
Postar um comentário