Amar não é tão simples. Requer cálculos, interpretações e muito jogo de cintura. É que ele também impõe condições para dar o ar da graça com toda a sua majetade. É preciso merecer para que ele se abanque em nossa vida. Para amar plenamente, é preciso muita competência pra fazer valer a honra da visita. A gente tem que ter fôlego de mergulhador e flexibilidade de contorcionista. Paciência de Jó e toda a capacidade de entendimento do psicólogo mais competente. Tem que ter a objetividade dos matemáticos e a imaginação dos poetas. Para amar de verdade, é preciso complicar menos, esperar menos, relaxar mais. Esquecer o passado e tratar o futuro com a leveza dos bailarinos. Ser dotado de uma fina ironia e de muito bom humor. Saber curar as dores como o mais experiente dos doutores e saber fazer-se entender, como o mais dedicado professor. Ter ouvido de padre e a determinação dos atletas. Porque amar implica doação, aceitação e dedicação. Porque, falando assim, amar parece difícil pra chuchu. Mas quando a gente ama, esse mesmo pequeno verbo torna todas essas necessidades, capacidades que -de uma hora para outra - parecem aptidões que nos acompanham desde criancinha...
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