Resultado da Corrida: Segundo lugar na faixa de 29 a 39 anos...
E sétimo lugar geral... Tô me achando!!
E o namorado mandou muuuuito bem, também!!!
Formamos uma bela dupla... É fato!
Nem sempre podemos direcionar as nossas energias para o seu devido lugar. Nessas horas, uma corrida, um bom chocolate ou um livro interessante mudam o percurso daquele xingamento que já estava fazendo cócegas na nossa boca. Mas também, se a vontade for muito grande e o objeto merecedor, vá em frente, pra não correr o risco de engolir sapos que nem no seu brejo merecem estar!
Tenho percebido, ultimamente, que algumas relações ditas amizades tem andado, na prática, um pouco longe disso. Nada pessoal. Nada que me atinja diretamente, graças a Deus. Até porque, tenho pré-requisitos um pouco criteriosos para chamar alguém de amigo. Amigo, amigo. De verdade. Do peito. Não precisa estar perto toda hora, não precisa dizer amém a tudo o que eu digo (é até preferível que não o faça!), mas eu tenho que sentir que torce por mim e por aqueles que me são importantes, a despeito de qualquer discordância. A despeito do rumo que a vida do outro tenha tomado. Mesmo de longe... Eu preciso saber que respeita o meu espaço e que direciona boas energias, mesmo que isso signifique ter que se afastar um pouquinho, pra que caiba a minha presença, junto. Porque amigo que se dispõe a sê-lo, fica feliz com a presença do outro. Tão feliz que o “ceder” torna-se um prazer, pelo gostar de estar junto.
Por isso que não consigo digerir algumas coisas... De repente, amigos deixam de ser amigos porque o outro encontrou alguém bacana, tem prioridades um pouco diferentes e você deixou de ser o centro das atenções? As pessoas crescem e a vida continua. Ponto. Ou será que foi a sua vida que parou no maior estilo Peter Pan? Amigo deixa de ser amigo porque não está mais disponível para as suas vontades todas as vezes que você deseja? A turma deixa de ser uma turma porque algumas pessoas deixaram de estar solteiras e estão com pessoas que os tornam mais felizes? Se assim for, impossível não colocar em questão o significado da palavra amizade. Porque a amizade é desinteressada. Aliás, interesse só pela felicidade do outro. Quanto mais feliz ele está, mais alegre a gente fica. Bem, pelo menos, acho que é assim que deveria ser.
É difícil entender que um amigo só é interessante se estiver só, se for platéia para o nosso espetáculo ou se alimentar o ego. Não entendo, de fato. Não estou aqui dizendo que isso seja um problema grave (e talvez até seja!). To dizendo que algumas pessoas necessitam rever aquilo que consideram uma amizade. E serem melhor posicionadas na escala das relações. Ser mais tolerante, deixar de acreditar que as suas verdades são universais e abrir um pouco mais a cabeça. É preciso ser menos inseguro e parar de usar o outro para sentir-se importante. Porque amigo não precisa fazer isso. As pessoas gostam de graça, sem precisar fazer esforço ou rechaçar qualquer elemento externo, como se ele pudesse ser uma ameaça a sua popularidade.
Julgar menos e aceitar mais. Rotular menos e experienciar mais, de coração aberto. E aí, perceber que – muitas vezes – quando a gente acha que perdeu amigos, a gente poderia – na verdade – está agregando mais pessoas boas ao nosso convívio. Mas não. Existe um sentimento territorialista babaca que impede as pessoas de serem mais felizes, mais legais e mais desejadas. E sabe como se percebe isso?? Fazendo um questionamento básico: Quão mais à vontade - e mais relaxados - os outros estão na sua ausência? É preciso pensar sobre isso.
Só tenho uma coisa a dizer: "Ufa! Ainda bem que não estou sozinha!".
Sim, admiro quem busca incessantemente a estabilidade, como se – depois de resolvido – a felicidade estivesse garantida pela imutabilidade dos fatos. Mas desconfio – veementemente – que a felicidade não é um fim. Desconfio ainda mais da certeza de que tudo permanecerá no mesmo lugar, sem cobrar nenhuma atitude mais decisiva. Porque tudo muda. Porque os sentimentos mudam. Porque as circunstâncias mudam. Porque – querendo ou não – hora ou outra seremos atingidos pelo que acontece a nossa volta. E, se o vento for muito forte, impossível não balançar.
Além disso, me surgem outras tantas interrogações a respeito. E se depois de riscados todos os itens pendentes do check list da vida, a felicidade não aparecer tão radiante quanto esperava-se? A pessoa permanece no mesmo canto? Seguro, tranqüilo, tépido e sem cor? Questiono isso com freqüência. Não que defenda uma vida tal qual uma montanha russa. Não que não goste e deseje a calma de ter tudo no seu devido lugar. De saber como será o dia de amanhã e onde encontrar o que procuro. Só não acho legal a acomodação nessa "estabilidade". Mas acredito na possibilidade de também ser feliz numa vida com algumas mudanças, sem que isso seja encarado de uma forma novelesca. De não sucumbir ferozmente toda vez que – de repente – o amanhã fugir do meu script e exigir posturas e decisões novas.
Assim, muito mais do que a estabilidade na vida, acho mais sensato buscar uma estabilidade de sentimentos. Porque o mundo está aí, mudando, reinventando-se, pegando todos de surpresa, se assim lhe der na telha. Pensando dessa forma, essa paz interna - que eu acredito ser muitas vezes confundida com estabilidade - deve ser resultado de emoções menos voláteis e sentimentos mais firmes, que permitem encarar qualquer novidade ou sublevação com uma postura mais tranquila e mais assertiva. Pra começar, então, sugiro começar essa busca, no plano subjetivo, interno, abstrato. Pra daí, poder encarar a vida de uma forma mais estável, mesmo diante de qualquer terremoto ou tsunami concreto que possa lhe atingir, metaforicamente falando. Pense nisso.