sábado, 31 de janeiro de 2009

PILATES



Eis o PROCESSO. A Aprendizagem. O DESAFIO foi colocado e eu, com toda a minha dose de COMPETITIVIDADE, tentei até o "ISSO KIKI". Consegui a contento, para quem está há apenas 02 meses nesse novo cenário. Mas ainda quero mais. Não foi só a MUDANÇA DE POSTURA, a maior FLEXIBILIDADE E a descoberta de uma CONSCIÊNCIA CORPORAL bastante "atuante e, às vezes, enlouquecedora.
É uma nova forma de COMPREENDER e - portanto - CUIDAR DO CORPO.
Quando eu pensei que já havia experimentado todas as formas de DESAFIAR e TESTAR os LIMITES desse corpo, descobri que tenho não só um, mas alguns "Calcanhares de Aquiles" a serem trabalhados. Sim, busco a PERFEIÇÃO. A MINHA PERFEIÇÃO.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ES ESO


"Adoro argumentos. Adoro acenar para eles quando passam"
(Piratas do Caribe)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

HOJE

Hoje a pessoa decidiu que a sua felicidade - aquela q vem de dentro pra fora - depende exclusivamente da sua vontade de mandar pra lixeira tudo aquilo que não lhe agrega nada além de sentimentos que reviram o estômago e fertiliza a imaginação. Decidiu escrever em Caps Lock todas as centenas de razões existentes para ela sair por aí, desfilando charme, simpatia e bom humor. Decidiu que é ridículo cultivar coisas que não a conforta ou a faz sentir-se livre. E que é fácil detectar todos os vírus que vão destruindo o seu HD de mansinho, mesmo aqueles que aparecem como mensagens engraçadas ou surpresas inesperadas.
Pois é, finalmente parece que a Bela Adormecida acordou. Sem sapo, sem príncipe e sem despertador. Numa bela tarde como outra qualquer. Pulou da cama e percebeu que perdeu um bocado de tempo choramingando pelos cantos e esperando sabe-se lá o quê. Assim, como num passe de mágica, saiu na rua e viu que estava subestimando o seu conteúdo e a sua embalagem. E percebeu que estava sendo ingrata com a vida enquanto tentava bolar estratégias e definir rotas. E resolveu apenas caminhar. Correr. E usufruir absolutamente tudo que sempre esteve ali, e ela pareceu não enxergar. Sim, a bela Adormecida abriu os olhos e foi a luta. Sem ataque e sem defesa. Apenas disposta a aproveitar o dia de hoje de forma deslumbrante, para que esteja com a sua melhor cara, quando o futuro chegar!
Zão para toda(o)s

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

TRINTA


'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'.
(Honoré de Balzac)

domingo, 25 de janeiro de 2009

PENSAMENTO NOTURNO

Às vezes, é preciso ter cautela...
Não acreditar em tudo o que ouve, não deixar-se levar pelas impressões, não abrir a guarda demais, não sentir-se tão à vontade, não confiar em tudo o que pensa, não relaxar por completo.
É preciso lembrar com uma freqüência saudável que, depois da queda, sempre pode vir o coice.

sábado, 24 de janeiro de 2009

TUDO VALE À PENA


A nossa vida segue um rumo diferente do planejado, mas as coisas continuam tendo um sentido. Acredito sim, na teoria de "ligar os pontos". Acredito que cada pessoa que passa em nossa vida, tem um significado e deixa presentes em nossa casa. Alguns deles são públicos e notórios. Outros, a gente só vai encontrar algum tempo depois, quando a casa estiver mais calma e os sentimentos nos seus devidos lugares.
Isso acontece comigo. Sou capaz de enxergar com clareza, alguns dos pontos que hoje me tornam uma mulher diferente. E, também por isso, nunca fui adepta dos arrependimentos, mesmo quando o placar não mostra o resultado que tanto esperei. Acho que acredito muito mais no processo, do que nos "finalmentes". É o processo que enriquece. É ele que nos ensina e é através dele que podemos passar alguma coisa boa às outras pessoas. Não, não tenho arrependimentos. Nenhum. Verdade que, se pudesse ter feito diferente, em alguns m0mentos, eu o teria. Mas também acredito que as nossas decisões representam projeções do que estamos vivendo naquele instante. E, naquele instante - seja ele qual for - eu devia estar agindo com o coração e com o único propósito de tentar ser feliz. Isso me traz alívio. Isso me serve de um honesto álibi.
Não me arrependo de todas as vezes que desisti de entender para poder seguir em frente. De acreditar q o esquecimento, às vezes, é vital para a nossa sanidade psíquica e para nos mantermos de pé numa relação. Sim, em muitas ocasiões, abri mão dos meus dias pq acreditava que os fins justificariam os meios. Continuo acreditando, mas agora sei que o fim não era o que eu julgava ser. O fim não chegou, e talvez ele seja a nossa própria existência. As buscas, os encontros, os tropeções e os aprendizados. Por isso, não há do que me arrepender.
A gente deve se arrepender quando a gente age contra os nossos princípios, ou quando a gente trava uma batalha contra o nosso coração. Mas, não. Esse, definitivamente, não é o meu caso. Sou do time das que se entregam, que lutam, que erram, mas não desistem de tentar. Daquelas que dão nome aos sentimentos e são seguras o suficiente para estampá-los em praça pública. Sou daquelas que muitas vezes também sentem-se inseguras e recolhem um pouco das suas verdades. Cometi um tantão de erros, tentei fazer diferente, insiti e resisti até o ponto em que me cabia fazer alguma coisa. Qualquer coisa. E não, não me arrependo de um instante. Mesmo dos mais dolorosos e frustrantes. Hoje, eles me servem de muita coisa.
Já consegui enxergar um monte daqueles presentes que falei a princípio. Outros, funcionarão como aquelas surpresas que a gente não espera e que encontramos nas horas mais apropriadas. Como um sinal. O primeiro presente foi um grande Manual sobre Aceitação. Aprendi a aceitar que, muitas vezes, as coisas não sairão como eu queria. E que, nem tudo depende do meu esforço, do meu desejo e da minha vontade. Principalmente quando outros personagens fazem parte da história. O segundo presente foi umas lentes especiais que me fizeram aprender a olhar com mais clareza para os meus sentimentos. A separar o joio do trigo. A analisar as razões dos meus sentimentos - sofrimentos e alegrias - e, a partir dessa consciência, fazer algo a respeito. Descobri que isso economiza muita energia. Fui presenteada com um verdadeiro saco do Papai Noel. Aprendi a ser mais egoísta - o que, acreditem, é muito bom - e a não abrir mão de mim, sempre. Isso me torna mais livre e poupa horas e horas de auto-compaixão. Sim, ganhei a possibilidade de ser uma cia muito mais agradável, a partir daí. Ganhei também um kit composto por doses de auto-estima, coragem e paciência. Gostei muito, também, de um grande espelho. Agora consigo me enxergar com mais clareza e sem tantas dismorfias. Graças a esse processo, comecei a aprender a trabalhar a minha ansiedade. Aos pouquinhos, estou conseguindo não ter pressa. Estou aprendendo a dar o devido tempo, a não atropelar as coisas e a não tomar a frente das batalhas que invento. Aprendi que não preciso de batalhas para travar, sempre. Que, em alguns momentos, o mais sábio é deixar-se levar.
As diferenças ensinam mais do que a gente pensa. Elas são fundamentais para o processo de amadurecimento e evolução. A partir delas, a gente se questiona, sai da zona do conforto e duvida das nossas certezas. Com isso, nos tornamos pessoas melhores. E os arrependimentos passam longe do resumo dessa história. Sei que ainda encontrarei muitos "pacotes" escondidos pela casa. Sei q deixei muitos deles em cada cantinho q passei. Mas, creiam no q eu digo: não há presente maior do que a certeza de ter ajudado alguém, de ter contribuído, de ter feito barulho e provocado transformações. Não há como ter arrependimentos, quando houve a certeza de estar com alguém que vale o esforço.
E a vida segue. A gente acha uns presentes, outros permanecem escondidos. A gente tira conclusões, a gente pensa diferente, os sentimentos sofrem pequenas metamorfoses e os pontos ligam-se a todo instante, justificando cada hora, cada esforço, cada sorriso, cada abraço, cada choro de tristeza, cada desabafo, cada gesto de companheirismo, cada desesperança, cada demosntração de carinho e cada vontade sentida. Mas os pontos, de uma forma ou de outra, sempre acabam fechando a gestalt, porque como já disse o poeta "tudo vale à pena, quando a alma não é pequena".
Beijo... zão à todos

Compartilho com vocês a atual trilha sonora do meu momento de sublimar number one...

É que tô apaixonada pelo jeito do Diogo Nogueira cantar samba...

Deliciem-se!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

NOVIDADE

Agora também estou lá, no www.mulheresnofds.com.br.
O primeiro texto, bem que caberia no momento atual e poderia estar postado aqui, nesse exato instante.

Vão lá e vejam se não tenho razão.
Beijo zão zão

À QUEM QUERO BEM...

Queira por perto, as pessoas boas, com o coração aberto e a alma de criança. Aquelas que não lhe faltarão nem quando a agenda estiver lotada e os compromissos parecerem inadiáveis. Queira junto à você, os amigos que serão sempre os mesmos - tanto na sua presença, quanto na tua ausência. Aqueles que serão honestos, mesmo quando as palavras forem difíceis. E não se aproveitarão dos seus momentos mais críticos para tirarem qualquer tipo de vantagem.

Não ache que precisa de muitos... A quantidade às vezes é enganosa e nos ludibria com a falsa ilusão de que somos queridos. A popularidade não é diretamente proporcional ao "querer bem". Queira por perto aquelas pessoas que se preocupam com você, que cuidam de você, que gostam da sua companhia, mesmo que ela não seja tão corriqueira. Aquelas que conhecem os seus defeitos e você, nos seus piores momentos. E, mesmo assim, não arredam o pé da tua vida. Dispense da lista de amigos, aqueles que só te acompanham nos momentos de festas e lazer. Insira-os na categoria de boas companhias. É fácil ser "do peito", quando as circunstâncias são favoráveis e o cenário é bonito.

Faça questão da presença daqueles com os quais você se sente à vontade para ser quem, de fato, é. Sem couraças, sem máscaras, sem meias-palavras. Com os quais você não precisa segurar o choro ou disfarçar a tua tristeza. Aqueles para quem você tem logo vontade de compartihar as boas-novas, quando elas aparecem na tua vida.

Você não precisa fazer a "política da boa vizinhança", sempre. Você não precisa aceitar todas as convenções. Você não precisa suportar o que te faz mal apenas pela possibilidade de, em algum momento, precisar de quem não estima. Seja educado. Isso basta e faz com que as boas pessoas te admirem e que, os demais, não te interpretem erroneamente.

É fácil gostar de você, quando você não está tentando se defender do mundo ou arquitetando planos para um futuro que você nem ao menos parou pra pensar se vai alimentar a tua alma. Sim, um dia você perceberá que isso é tão importante quanto um coração amado e uma conta cheia. Nesse percurso, tenha bons amigos. Como já falei, queira apenas aqueles que, de alguma forma, lhe tornam uma pessoa melhor. Aqueles que, mesmo com todas as idiossincrasias, conseguem enxergar a tua alma e torcem por você. Os que te amam, os que te admiram, os que estarão ao teu lado nos dias de sol e nas noites chuvosas, e não apenas quando lhes for conveniente.


Enfim, queira por perto, quem te quer por perto pelas razões mais honestas...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

MEU AMOR


O meu amor usa laço na cabeça e tem os pés prateados. É um amor que ri assim que me vê, como se a minha presença fosse suficiente para fazê-la feliz. Um amor que quer descobrir cada dia um pouco mais. E, pouco a pouco, vai crescendo sem que a gente perceba o tamanho da sua evolução. E um belo dia a gente pergunta onde estava quando tudo aconteceu. O meu amor é doce, sereno. É cheio de energia. O meu amor dá gratuitamente e esperneia quando algo lhe falta. O meu amor tem cheiro de bebê e está aprendendo a "andar com as próprias pernas". É um amor que sabe que precisa daqueles que amam sempre por perto. O meu amor tem a risada mais gostosa e a caretinha mais linda. Ah, e o meu amor - como todo amor que se preze - vem com um plus... Manda beijos sem parar!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

CONSTATAÇÕES DE UMA SEGUNDA-FEIRA

1. Estou ficando encantada com as palavras de Isabel Allende. "Todas as vidas podem ser contadas como um romance, cada um de nós é o protagonista de sua própria lenda".
2. Estou de TPM... e só descobri porque olhei o calendário displicentemente.
3. Às vezes não tenho medo de me impor... Fui capaz de dizer a um homem desconhecido a seguinte pérola: "Saia da minha frente antes que eu perca a paciência". O que eu iria fazer caso a perdesse é, ainda, um mistério.
4. Preciso de um porquinho.
5. Às vezes eu espero a segunda chegar ansiosamente...
6. Meu quarto sempre foi o espelho da minha condição psíquica. Hoje acordei com uma vontade enorme de arrumá-lo.
7. "O presente não devolve o troco do passado...
8. Sofrimento não é amargura,
9. Tristeza não é pecado.
10. Lugar de ser feliz não é supermercado". Zeca Baleiro está coberto de razão!
11. Hoje, quando eu estou bem, eu estou "bem melhor".

domingo, 18 de janeiro de 2009

E tudo acaba em Pizza


Sem nada para fazer, aos 45' do segundo tempo, as amigas decidiram sair de casa. Sim. Ir lá para aquele lugar dito badalado, atração do momento, mas sem direito a pensar - sequer - em ir para aquele show que parecia tão disputado diante de tão pouca opção noturna na cidade. Elas foram. Eram 05. Ao descerem do carro, diante do choque inicial, veio um dos comentários mais certeiros da noite: "Pera. Será que a gente atravessou o portal??".

A sensação não poderia ter sido melhor descrita. O não-pertencer, a falta de afinidade com o cenário e seus personagens. Uma nostalgia repentina daquele vinhozinho à beira da piscina de 3 dias atrás... A moça do xale quebrou o clima e resolveu divertir-se com as diferenças, no melhor esquema está no inferno, abraça o capeta. A cada passo, as coisas ficavam mais críticas, mas elas, com um senso de humor refinado, faziam piada da própria escolha. Mas esses passos eram dados numa procura silenciosa pelo nosso "mestre dos magos", que nos mostraria - enfim - o caminho de casa (ou de um lugar menos jardim de infância, menos superficial, menos brega, menos aquilotudali).

De repente, parecia que havíamos nos livrado do núcleo infantil e chegado ao destino. O destino? Pois bem. O núcleo "pseudo-Caras" da novela da noite. Sim. Passamos pelo Portal, mas caímos no Mundo errado. O "Vingador" parecia disposto a desviar-nos do caminho certo. E esse mundo ainda era cercado e com entrada restrita. Por quê? Não sei. Não sei o que diferenciava os de dentro e os de fora. Cinco minutos e, 03 das aventureiras (do lado de dentro, para pagar pra ver de pertinho), já estavam cansadas daquilo tudo. Uma delas já tinha feito uma breve análise do local. Meninas fantasiadas de mulheres com caras tristes que pareciam estar ali apenas para serem vistas. Casais separados a mesas de distância, que só sabemos que formam um par porque geralmente estampam páginas das colunas sociais. Pessoas olhando umas para as outras no melhor estilo ressonância magnética. Outras, alcoolicamente felizes. E os normais presentes no "aquário", não deu tempo de serem vistos, porque o incômodo levou a única grande idéia da noite... Matar a fome na Pizzaria mais próxima.

Idéia brilhante. Barriga cheia, ruas vazias e as 05 pessoas caminhando, agora já com o Mapa, GPS e coordenadas, para não correrem o risco de serem enganadas - de novo - por aquele baixinho metido a sábio que às vezes fantasia-se de "opção do momento". Agora elas já sabem: Da próxima vez que o "mestre dos Magos" resolver dar pitaco nas suas noites de fim de semana - porque todo mundo vai! - elas esperarão o sono chegar acompanhada de um bom livro, um bom filme, ou uma companhia realmente espetacular.

DESCOBERTAS

Não é fácil descobrir que quando as fichas caem, a gente se dá conta que já devia ter pulado do barco há muito tempo, que não deveria ter cedido quando o coração pediu insistentemente pra ficar quieto. E a gente pensa que fica com raiva do outro, quando a raiva é de nós mesmos. Por não ter enxergado, por ter acreditado no que não existia, por ter dado ouvidos as justificativas mais estapafúrdias. A gente se "auto-indigna" porque demorou tempo demais para oficializar o que já estava sacramentado. E descobre que não era amor...
Nem todos os dias serão de sol, mesmo aqueles em que os raios insitem em penetrar pela janela. Nem todos os dias serão fáceis ou de plena liberdade. Nem todos os dias serão como a gente queria que fossem. Em alguns deles o coração vai parecer um pouco menor... Porque as lembranças existem e todos os anexos que são inerentes à elas. E um dia a gente está feliz. No outro fica triste. É assim.

sábado, 17 de janeiro de 2009

CUIDA DE MIM...



"Basta as penas que eu mesmo sinto de mim.

Junto todas, crio asas, viro querubim.

Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir.

Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir..."


O Teatro Mágico

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

AH TELEFONE QUE NÃO TOCA...



Sim, quase toda mulher possui uma relação meio simbiótica com o telefone. Uma coisa diferente, esquisita. Esse serzinho ocupa boa parte do nosso tempo e, o que é pior, leva com ele boa parte da nossa grana...

Mas nos dias de hoje, ele parece tão fundamental quanto o relógio. Aliás, ele já substituiu o nosso mostrador de horas faz tempo, pois vem com o bônus alarme-soneca, calendário, e acorda-nos com a nossa canção favorita.

Mas pense bem: além disso, como vamos contar para aquela amiga - no meio do expediente - tudo o que aquele cachorro desalmado teve a cara-de-pau de escancarar nas nossas fuças, como se não tivesse coração? E todo o choro contido que precisa ser socializado? Ah, o telefone... Todo o primeiro encontro também é contado ali. Sim, a ansiedade não permite que esperemos até estarmos cara-a-cara com nossas amigas e cúmplices, que tantas vezes ensaiaram como devíamos nos comportar para fazer bonito com o pretendente sortudo.

E a gente briga no telefone, a gente ri no telefone, a gente protagoniza horas de silêncio, com a orelha já vermelha, de tanto que o tempo passou. E a gente espera com o telefone em punho, ou não. Mas a gente espera. Deixa ele ali, pertinho, pra disfarçar e para fingir que não somos tão apegadas e nem esperamos ansiosamente aquele telefonema prometido. E passam 5 minutos, 15, meia hora. E o telefone está ali, mudo, como se a zombar do desespero feminino. Eu até tenho a impressão de que, às vezes, ele ri por dentro da nossa agonia. E agente “esquece” ele no quarto e vai na sala. Depois de 01 minuto, voltamos para verificar se, por um acaso, ele tocou a gente não ouviu. Nada feito. Ele permanece num silencio misterioso.

E a gente liga para matar as saudades de quem está longe. E disca para quem está perto, só para saber o que está fazendo. E liga para a amiga para saber se estamos liberadas para ligar. A gente vibra ao toque de cada mensagem. E se angustia quando o toque vem do aparelho dele... E quando isso acontece, gente faz questionário digno de pesquisador de IBGE, para saber quem era a fulana e o que queria. A gente invade o “espaço telefônico” alheio, feito criança mimada.

E, de repente, parece que não conseguimos viver sem. Até que um bom encontro torna-o secundário. Ali, esquecido dentro da bolsa...
E quando ele toca, a gente nem se irrita profundamente se for da operadora, oferecendo um “pacote imperdível”.

PLACEBO EMOCIONAL - É da Ailin...

"Relacionamentos naufragados são como domingos chuvosos: sabemos que não são úteis para nada, mas insistimos que podem servir para alguma coisa. Então, dominados pelo cinza e pela sensação de abandono, reembarcamos na canoa furada. E conseguimos ainda mais fatos para engordar as lamentações sobre o quão infelizes somos nós e abjetos, os outros. Mas esquecemos que fomos (re)conquistados porque teimamos em ter fé em coisas que não dependem de fé. Por que acreditamos que o que era ruim até um segundo atrás poderia ter se tornado perfeito e reluzente? Fomos seduzidos pelo que quisemos ver e não pelo que estava, de fato, na nossa frente. Ficamos agoniados por não ter respostas e projetamos todas as soluções na "presença curadora" do outro.
Mas elas não vêm. E a mágoa volta. Dobrada. Chorosos, pedimos ao céu uma explicação razoável para o bis do sofrimento. Tentamos nos consolar em ombros de amigos, livros de auto-ajuda, sexo fácil, mas a explicação teima em não vir. Não adianta procurar debaixo do sofá, porque ela está estampada na sua testa: você sofre porque é uma besta.
A experiência vivida nos deu avisos suficientes de que a relação, se fosse um sapato, não era do tamanho do nosso pé: ou vai nos dar calo (de novo) ou cair no meio da rua. Vimos com nossos próprios olhos todos os problemas; os gritos das brigas arranharam a garganta e mesmo assim tentamos, desesperadamente, acreditar que dois monólogos podem fazer um diálogo. Mas a única coisa que conseguimos são mais calos, ainda mais doídos.
O fato é que, por comodismo e paúra, nos acostumamos até com a infelicidade de um relacionamento capenga. O temor diante do novo nos priva da grande alegria de descobrir que o mundo é maior que a nossa dor-de-cotovelo, que o cheiro ou os traços do(a) ex. Esse temor da rejeição, da exposição, da falta de controle perante o que não conhecemos é o que de mais castrador podemos fazer a nós mesmos.
Ansiar por um momento que nunca se repetirá é apenas o outro lado de ansiar por um momento que passou para sempre. O passado só é lindo porque já foi. Não adianta tentar reproduzir as cores dele no presente porque o tom nunca será o mesmo. Nem você. Nem o outro. Esse presente (re) fantasiado, por melhor que seja, nunca se igualará às suas expectativas ou lembranças. E acabará, fatalmente, em decepção.
Então, o que resta, é levantar âncora: quem anda olhando para trás acaba tropeçando. E perdendo toda a paisagem".

Ailin Aleixo

ACEITAÇÃO



Balançar a cabeça afirmativamente, em alguns momentos, parecia - a seus olhos - um sinal de rendição. Para ela, era difícil render-se ao que fosse. Mesmo que fosse ao inevitável. E ela seguia em frente. Ela pulava os muros, fingia que não via, empurrava a poeira para debaixo do tapete, e arrumava a mesa em cima, da forma mais bonita que a sua vaidade considerasse. Às vezes ela não queria entender. Ás vezes, ela não admitia um caminho diferente do que havia escolhido. Empinava o nariz, comprava a briga e desafiava a si mesma. Aceitar resignadamente sempre pareceu-lhe um sinal de fraqueza. E ela aprendeu que deveria ser forte. Que deveria lutar. Que deveria ser inteligente o suficiente para buscar os argumentos que parecessem mais lógicos, por mais improvável que eles parecessem. E tantas vezes pareceu idiota, quando os argumentos nem deveriam ser pensados. Mas ela tinha dificuldades em aceitar, simplesmente. Ela tinha que esbravejar, discursar, chafurdar, teorizar. Quando a sua pseudo lógica falhava, ela tinha que fantasiar, por não lhe sobrar outra opção. Com o tempo ela percebeu que, em certas ocasiões, o mais saudável era mesmo aquele tão temido balanço de cabeça. Despretencioso. De leve. Com um sorriso cansado nos lábios. Porque as justificativas e as tentativas tornaram-se um caminho insano. Ela aprendeu que ter razão nem sempre é a escolha mais racional.

ANSIEDADE



Ela não sabe bem quando tudo começou. Em que momento da sua agitada existência, essa sensação apossou-se do seu comportamento. Sim, apossou-se parece a palavra mais adequada. Dá a idéia de uma visita que não é bem-vinda, de um hóspede que forçou a sua entrada quando a porta já havia sido fechada pelo morador. Ela simplesmente se aloja no pensamento e acelera todo o funcionamento, como se fosse a dona da casa. Apressa o relógio e faz com que 5 minutos pareça meia hora. Faz com que pequenos fatos pareçam acontecimentos dignos de horário nobre. Viramos portadores de lentes de aumento porque a visitante deturpa a nossa visão. Ela atrapalha os nossos sentidos... Rouba o nosso ar e faz com que a nossa respiração acelere. E o nosso coração bate em ritmo de escola de samba. Mas numa bateria descompassada.. Ela faz com que a gente sinta urgência, quando não há nada a ser socorrido. Ela é sufocante, quando sobra ar para todo mundo. Ela não nos deixa esperar e nos faz sofrer antecipadamente. Porque ela não dá ouvidos ao que é óbvio e cresce numa progressão geométrica. Ela alimenta-se de si mesma e, no fim, quando as respostas vem, ela faz com que nos sintamos ridiculamente infantis.

Sem Teto

Queria dizer o seguinte: algo conspira contra as minhas letrinhas. Já mudei de casa umas 500 vezes e nada funcionou a contento. Vou ficar assim, para lá e para cá. Desculpem o transtorno, pero lo malo no es mi culpa!

Zão