sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ANSIEDADE



Ela não sabe bem quando tudo começou. Em que momento da sua agitada existência, essa sensação apossou-se do seu comportamento. Sim, apossou-se parece a palavra mais adequada. Dá a idéia de uma visita que não é bem-vinda, de um hóspede que forçou a sua entrada quando a porta já havia sido fechada pelo morador. Ela simplesmente se aloja no pensamento e acelera todo o funcionamento, como se fosse a dona da casa. Apressa o relógio e faz com que 5 minutos pareça meia hora. Faz com que pequenos fatos pareçam acontecimentos dignos de horário nobre. Viramos portadores de lentes de aumento porque a visitante deturpa a nossa visão. Ela atrapalha os nossos sentidos... Rouba o nosso ar e faz com que a nossa respiração acelere. E o nosso coração bate em ritmo de escola de samba. Mas numa bateria descompassada.. Ela faz com que a gente sinta urgência, quando não há nada a ser socorrido. Ela é sufocante, quando sobra ar para todo mundo. Ela não nos deixa esperar e nos faz sofrer antecipadamente. Porque ela não dá ouvidos ao que é óbvio e cresce numa progressão geométrica. Ela alimenta-se de si mesma e, no fim, quando as respostas vem, ela faz com que nos sintamos ridiculamente infantis.

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