"Benditos sejam os fortes de espírito, os decididos ainda q equivocados, os cheios de atitude ainda que não das melhores.
Benditos sejam os de mão na massa, pé na tábua, café no bule e os que não viram coadjuvantes da própria vida. Benditos os que estão de um lado ou outro do muro, os que pulam o muro para mudar de lado, mas se sentem incômodos em cima dele.
Benditos os que falam, os que dizem, os que contam, os que confessam, os que revelam, ainda que mais tarde tenham de lidar com um certo receio de ter se excedido.
Benditos os excedidos, os excessivos, os exagerados, os demasiados, os desmesurados que não se contentam com a míngua da infinita ponderação, que não se tornam reféns das infindáveis variáveis.
Benditos os livres para errar e acertar d vez em qdo, q ñ se encarceram no futuro, no quem sabe, no talvez e no quase.
Benditos os q erram e refazem, os q fazem d novo e erram novamente e q voltam a fazer para acertar uma hora dessas.
Benditos os que têm pressa, de vida, de amor, de felicidade, de inspiração, de paixão, de sexo, de alegria, que sabem que o segundo é um já que está quase deixando de ser e não volta jamais, q aquela felicidade que não levamos conosco, q não desabrochou ali, q não pegamos à unha e olhamos nos olhos, perdeu-se e esgotou-se num avesso q não existe mais.
Benditos os famintos de mundo, de olhos, de bocas, de céu, de outros lugares e outras gentes, de ser tudo de si o quanto antes".
(Ticcia)
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