"É difícil ser feliz. É difícil deixar a felicidade entrar, ainda - e principalmente - quando ela chega e pronto, quando ela chega e é, quando ela chega e abre os braços, sem disfarce, sem regateio, sem senões, sem camuflagem. É difícil ser feliz. É difícil olhar para a felicidade de cabeça erguida, olhar nos olhos de frente e não desviar o olhar, porque a felicidade é quase acintosa, quase indecente, é quase um insulto, é quase um pecado. A felicidade nua e livre é quase pornográfica. A gente olha e pensa se será mesmo conosco, se o endereço não está errado, se amanhã ou depois não virá alguém explicar que foi um lamentável equívoco e, afinal, o destinatário era outro. É difícil acreditar no sonho, muito mais quando o sonho está virando vida e a vida vai se confundindo com tudo aquilo que a gente sempre quis, porque vida, segundo o que nos contaram, é aquela coisinha amarga e sofrida, medíocre e sem graça que a gente leva quase sem perceber, e é estranho quando ela aparece, vestida de festa, com asas e fogos e flores nas mãos. É difícil ser feliz. Porque a gente duvida, a gente desacredita, a gente quase dá contra. A respiração pára, a perna treme, as mãos suam e a gente de repente já não sabe mais se aquilo é mesmo aquilo, se não tá tudo errado, se não é hora de se esconder embaixo da cama. É difícil ser feliz e é tão mais difícil quanto mais já não se foi, quanto mais já se viu tudo se desfazer, arrefecer, desmantelar, esbudegar, derruir, escangalhar. E então a gente pensa se não deve dar meia volta e sair correndo, para não arriscar. Mas não é, não é não. É hora de ser feliz. Ou de tentar" (Ticcia).
Após algumas turbulências.... (depois te conto rsrsr)
ResponderExcluirEstou me sentindo a próoria felicidade.