quarta-feira, 30 de maio de 2012

HÁ 03 ANOS ATRÁS...


... Ela virou uma estrelinha. Assim diria a minha sobrinha. "Está lá no céu, com Luana". 
Já falei um monte sobre ela, em anos e ocasiões anteriores. 
Esse ano, como se não bastasse todas as minhas lembranças sobre a sua pessoa forte, corajosa e solidária, recebi o plus das informações que constam no livro que a minha mãe escreveu sobre ela, a minha avó, D. Iracema Brandão. 
Já li duas vezes, e tem algumas passagens que me chamaram a atenção.
Compartilho alguma delas com vocês...

"Ela viveu intensamente a sua vida e o que me ensinou nenhum de meus renomados mestres conseguiu me ensinar. Eles me ensinaram teorias, ela me ensinou a prática da vida; eles me ensinaram postulados filosóficos, ela me transmitiu valores; eles me fizeram conhecer paradigmas, ela me mostrou a verdade" (Ilza Araújo. Minha mãe. Filha dela).

"Dona Iracema, como os alunos a tratavam, não se limitava a ensinar as matérias do currículo escolar. Ela ía muito além, ensinando o caminho reto para seguir e chegar ao destino de um futuro melhor; as regras de boas maneiras, o discernimento do que era correto e do que era errado, o amor à pátria e o gosto pelo estudo e pelo trabalho" (Geraldo Batista, ex-aluno).

" Eu a chamava de madrinha e ela me abençoava como a uma afilhada de batismo. Eu a admirava como mulher bonita, educada, gentil, cristã. Ela tinha aquele porte jovial, elegante e altaneiro da mulher do Seridó. Havia em seu olhar, a altivez das serras azuis e a humildades dos dourados penhascos dos campos de sua infância" (Lalinha Barros, afilhada e amiga, por ocasião de 30 dia de seu falecimento).

"Sou entusiasta dos problemas educacionais e, especialmente, do aperfeiçoamento do professorado leigo, que considero bandeirantes da instrução, heróis anônimos que constroem alicerces de uma civilização, sem plantas nem cálculos, sem material ne ferramentas, apenas com a inteligência, a dedicação e o amor ao ensino" (Iracema Brandão. Discurso em solenidade de encerramento de um curso, em 1964).

"Como é duro ser líder de classe quando nessa classe não há espírito de unidade, e ela se sente injustiçada, mas não tem coragem de reivindicar (...) Não tenho a experiência nem a segurança de Lula (líder sindical na época) e muito menos habilidade política. Seja o que Deus quiser" (Iracema em carta para o seu filho, em ocasião do movimento dos professores, em 1979).


As minhas preferidas...

"Ser feliz é ter consciência do dever cumprido, é trabalhar com amor e idealismo, é abrir caminho em busca de um futuro onde todos possam ser gente. É esta a missão do professor, que na luta do dia a dia, vai construindo esse futuro, na certeza de que é o alicerce de um mundo em mudança. É gratificante vermos, no homem de hoje, a criança de ontem, que marcou o nosso coração de mestre. É gratificante para a nova geração de professores contemplar nas crianças de hoje os homens de amanhã, responsáveis pela grandeza da nação" (Iracema Brandão).

"(...) gostei de encontrá-la, pois sou inimiga da solidão, que se torna cada vez maior no meio das multidões" (Iracema, em carta para as filhas, quando foi para a missão brasileira nos EUA).

"As verdadeiras alegrias são provocadas por coisas simples, mas gratificantes, e brotam do coração como as águas brotam dos mananciais" (Iracema Brandão).

Um comentário:

  1. Filha,
    Fico feliz em ver que o livro posibilita o reencontro com os valores e ensinamentos de mamãe. Ela foi uma pessoa bem além de seu tempo e de uma sabedoria invejável. Porisso não poderia cair no esquecimento. Acho que o papel do livro foi cumprido. Que bom!

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