sábado, 6 de junho de 2009

PSI

"Mas o que ocorre na alma do psicólogo ao longo dos anos de exercício de sua profissão e o que ele pode fazer a respeito de suas próprias dores?" Começando pelo privilégio: Um dos privilégios é ter a licença, a possibilidade de estar em tal nível de intimidade com uma outra pessoa, permanecer junto a ela até que ela encontre o seu trilho. E ver que existe um caminho, singular para cada um. E torcer por ela. Aí vem o PRIMEIRO PONTO DOLORIDO. Só não temos a mesma jurisdição conosco e com as nossas pessoas mais próximas. Já disseram que em casa de ferreiro, o espeto é de pau. O nosso olhar, tão treinado, essa nossa secreta mirada pode até nos alertar que estamos entrando em território onde a areia é movediça, chegando a um beco sem saída, mas não temos a menor possibilidade de evitar o acidente... Outro PONTO CAUSADOR DE INCÔMODO: Vocês já repararam que quando estamos com algum sofrimento tematizado e que o guardamos criteriosamente num cantinho e vamos lá cuidar de outros e por força da nossa tarefa, justamente aí é que somos colocados em temas e lugares doloridos para nós, sem a possibilidade redentora da escolha...?
Revisitamos pontos e histórias onde a cicatrização da nossa alma ainda não está completa, e para lá somos levados à nossa revelia... CONCLUINDO: Coisa estranha essa profissão. Cheia de sabores. Cheia de possibilidades. Cheia de possíveis disfarces. Condenada a solidão pessoal pela proximidade com a alma alheia. Abençoada em alguns encontros... E o que nos mantém nesse percurso? Será a onipotência, a loucura, a teimosia?
(Texto adaptado de Jean Clark Juliano)

Um comentário:

  1. Acho que o principal é a satisfação em ajudar o outro!!! ver que vc pode trazer felicidade para vida de outra pessoa...
    Parabéns amiga!!!
    bjooo

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