segunda-feira, 23 de maio de 2011

MINHAS FALTAS

Só sabe o tamanho da minha saudade, quem tem dias como aqueles meus. Dias ensolarados, preenchidos por atividades, desafios, pessoas. Mas não de qualquer tipo ou de qualquer jeito. Do melhor jeito. As minhas faltas são grandes porque as minhas pessoas possuem o tamanho do mundo e o peso de suas ausências é proporcional a essa dimensão. E me faz falta o café da manhã já repleto de piadas inteligentes. A confusão pela manteiga, a minha fama de comedora insaciável, as indiretas sobre a hora que eu ía chegar no trabalho. Me faz falta a novela depois do treino, sempre em boa companhia. Os almoços de sábado que tantas vezes faltei, pela escolha da praia. Almoço barulhento, delicioso, transpirando energia. Boa conversa e crianças pela casa. Uma mistura encantadora. E agora, como queria estar naquela mesa, acompanhada do mais novo integrante. Não fazia mal se era gente demais para pouca cadeira. A gente sempre dava um jeito. E se a falta do almoço é inefável, a falta da praia também é bem significativa. Mas da praia do meu pessoal. Do lado de lá da faixa. Do lado dos atletas, das amigas-irmãs-companheiras, da cervejinha liberada só no final da tarde, depois do jogo. Saudades dos fins de tarde sem relógio e sem preocupação, regados a boa conversa.


Sim, meu coração fica pequeno porque - graças a Deus - minha vida sempre foi recheada de boas coisas, bons momentos e de figuras inigualáveis. A falta é da ligação depois do meio-dia, para saber se eu "já estava perto". E da ligação ao final da tarde para saber se a corrida estava confirmada. E das inúmeras ligações durante todo o dia para dizer que estava com saudades (essas eu ainda tenho, ok...).
Sim, sinto falta. Falta da minha gente e do que sempre foi o meu mundo. Falta das minhas seguranças e dos meus aspectos de identificação. Falta de mim mesma, até, de vez em quando.
Alguém já disse um dia que crescer não era fácil. Tinham razão. É gostoso, confesso. Mas passa longe de ser algo facinho. Mais difícil ainda é quando o processo se dá distante das nossas referências e num mundo que - definitivamente - não é muito parecido com o nosso. Ainda bem que as raízes são fortes, que existem promoções de ligação à distância e as senhoras cias aéreas de vez em quando se penalisam da nossa saudade e facilitam o encontro. 
A sorte, também, é que mesmo longe, a gente sempre tem um porto-seguro presente e concreto, aonde quer que a gente vá. Sim, agora eu o tenho, de mãos dadas. E que, as pessoas que estão longe, mesmo com a distância, conseguem nos alimentar de carinho, amor e proteção. As minhas faltas são grandes, sim. Porque grandes são os meus amores. Todos eles. Difícil a gente entender que tem que viver e começar a nossa vida, quando a que nos deram já era quase suficiente. Quase, porque sempre falta algo. Um algo que agora eu tenho, que é meu, independente de tudo o que me foi dado na vida. Um "algo" que é a razão das minhas escolhas e a minha força para aguentar firme quando a saudade "chega chegando".

2 comentários:

  1. Queria tanto que vc estivesse aqui pertinho! o buraco que vc deixou é gigante ... mas tenho certeza que a vida vai trazer vc de volta... exatamente como aconteceu quando vc foi morar em Barcelona.
    não demoraaaaaaaaaaaa
    bjs.

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  2. Já pode chorar? Falta, Falta, Falta. Definitivamente é o nome próprio do que a gente sente sem vc, pq o sobrenome é Saudade!

    Amo a lot
    A Dona do Pé de Amora

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