segunda-feira, 11 de junho de 2012

VIVENDO E CONVIVENDOS COM AS DIFERENÇAS


            O que encanta nessa vida são as idiossincrasias, as diferenças individuais, as peculiaridades que cada pessoa carrega consigo e que tornam esse cantinho um lugar bem interessante de se habitar. O fato de pensarmos diferente, de respondermos a um mesmo estímulo de várias maneiras, a possibilidade de, ao entrarmos em contato com o outro, aprendermos mais algumas lições que não constam nos nossos manuais. Enxergar com o olhar de alguém que admiramos, ouvir tentando perceber as situações sob uma nova perspectiva, começar a entender outros argumentos que, em circunstâncias normais, não visitariam o nosso arcabouço de justificativas.
            Mas é esse mesmo pacote que compõe as individualidades que, às vezes, nos confunde, nos tira de tempo, rouba um pouquinho do nosso juízo cada vez que tentamos compreender porque as pessoas agem de determinada forma, quando a equação pensamento-ação deveria ser puramente matemática. É essa “lógica” alheia – às vezes inexplicável pela nossa cartilha – que nos toma um tempão, que rouba preciosos minutos do nosso sono e que nos leva a elocubrações dignas de roteiros hollywoodianos. As diferenças, os comportamentos incompreensíveis, a falta de legenda. A necessidade de entender segundo as nossas verdades.
            As “contradições das diferenças”. O que nos engrandece, mas que custa várias sinapses. O que – no final – é entendido e justificado, mas que no presente é difícil de engolir. Não é nada fácil fazer habitar, no mesmo espaço, as nossas ideias pré-concebidas e as novas formas de pensar com as quais a gente se depara no contato com o outro. Mas é uma oportunidade e tanto, para quem está aberto para o diferente, sem abrir mão das lentes da criticidade que são tão importantes para a gente também não cair no conto do vigário, ou pagar de “maria-vai-com-as-outras”. O importante é se divertir na caminhada. Percebendo que o diferente pode ser bom, que o que parece fora da caixinha, pode acrescentar um bocado na nossa vida, que as semelhanças nos ajudam a solidificar as nossas certezas, nos dão entendimento nos momentos difíceis e cumplicidade nas alegrias.

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